A noite passada sonhei que estava numa cozinha rústica, com uma pia de pedra enegrecida, a preparar o almoço.
O "pitéu" ia ser batatas com bacalhau e couve, umas folhas de couve desgarradas e cheias de lagartas verdes que estavam dentro da pia.
Quando me preparava para lavar as folhas de couve, apareceram dois indivíduos que no sonho pareciam ser meus amigos mas que, na realidade, eu não conheço de lado nenhum.
A cozinha era muito estranha e o esgoto, em lugar de estar situado no fundo da pia, estava colocado no chão, o que veio a ter como consequência que, à medida que eu lavava a couve, a água ia subindo e enchendo a cozinha. Tanto que a meio da lavagem da hortaliça, eu já estava com água pela cintura.
Com água pela cintura era impossível continuar a lavar a couve, pois as lagartas que se soltavam da mesma e que boiavam na água, começavam a subir-me pelas costa e barriga (eu estava em tronco nu), até que, no meio daquela aflição, resolvi tirar a válvula do esgoto.
Já com a água despejada, enquanto eu continuava a lavar a couve à torneira, os meus hipotéticos amigos apanhavam as lagartas com uma pá da construção civil, tal era a quantidade da "bicheza".
Entre a lavagem de uma e outra folha de couve, lembro-me de ir à arca frigorífica onde estava o bacalhau já demolhado e congelado, pois temia ter convidado os amigos e não ter bacalhau suficiente. Depois o tacho era pequeno, ficando cheio apenas com o bacalhau, pois a couve ainda não estava suficientemente lavada.
Entretanto o tempo ia passando e a minha angústia aumentando, já que não conseguia ver-me livre de tanta lagarta, até que por fim o despertador tocou, eu acordei e estava tremendamente agoniado e com a boca amarga como fel, fruto da comezaina que na véspera durara até depois da meia noite.
Sonho lindo!